Considerado o “Poderoso Chefão” dos
sentimentos, todo mundo quer encontrar o grande amor. Mas, ao mesmo tempo,
ninguém quer dividir tristezas e desilusões, sentir as incansáveis dores
físicas, passar por torturas psicológicas ou ficar noites sem dormir.
Ninguém quer ter que aguentar o outro de mau humor, suportar as
diferenças, compartilhar e ceder.
As pessoas querem mesmo é viver
apaixonadas, curtir aquele desejo e vontade de fazer sexo todas as noites,
tomar sol em uma casa de veraneio na praia ao som dos pássaros cantando e viver
o sonho da família Doriana. Por isso, os amores de hoje são tão descartáveis. A
cada esquina se acha alguém para se apaixonar, mas ninguém para amar. Cadê as
pessoas que estão dispostas a suportar, no dia a dia, as imperfeições e que
estão afim a criar problemas e, depois, resolvê-los juntas?
Está tão clichê dizer eu te amo e fazer
amor (que nem pode mais se chamar de amor), que andar de mãos dadas não reflete
companheirismo e um elo, mas sim, só mais duas mãos e alguns passos, que podem
seguir separados. O que mais me impressiona não é nem o fato do “felizes para
sempre” estar quase que em extinção, mas a coragem que as pessoas têm de,
quando não conseguirem fazer as coisas darem certo e enfrentarem dificuldades
juntas, se consolarem com o simples “Não era pra ser…”. Porque afinal, a culpa
toda é do destino.
Esses dias estava tentando resolver um cubo mágico e me irritei tão fácil que obviamente não cheguei nem na primeira lateral de cores. Fiquei pensando na quantidade de coisas na vida que deixamos passar por falta de força de vontade. Com o amor é assim. Não queremos unir o azul, o amarelo, o verde, o branco e o vermelho, queremos só o vermelho e pronto. Mas para tudo e todo tipo de amor, sejam entre homens e mulheres, amigos e familiares é preciso de uma união de cores, sentimentos e mais do que isso, paciência. Tudo precisa se encaixar no lugar certo. Só que nós precisamos fazer nossa parte para que isso aconteça. Tentar, quem sabe?
Por Anna Paula Mattar
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